Meio Ambiente

1,3 milhão de paulistas passam a ter água potável e 1,4 milhão recebem esgoto tratado

No primeiro ano de desestatização da Sabesp, a vida de milhões de paulistas foi transformada pela chegada do saneamento básico. Os investimentos feitos pela Companhia resultaram em meio milhão de residências passando a contar com o serviço de esgoto, levando mais saúde e qualidade de vida aos moradores, assim como melhoria na qualidade de rios, córregos e praias.
 

São 524.448 residências que passaram a contar com tratamento de esgoto, beneficiando 1.428.944 pessoas. Já a ampliação da coleta chegou a 503.875 imóveis, ou 1.371.599 de pessoas. O levantamento contabiliza dados entre janeiro de 2024 e junho de 2025, base de medição prevista no novo contrato.
 

No mesmo período, foram conectados mais 484.968 imóveis ao sistema de água potável, levando o serviço a 1.320.390 moradores.
 

Em relação ao fornecimento de água, a Sabesp já cumpriu a meta que havia sido estipulada até o fim do ano. Já em coleta e tratamento de esgoto, a meta deve ser atingida durante o segundo semestre de 2025. A antecipação da universalização de 2033 para 2029 evitará o descarte inadequado de 3,8 bilhões de litros de esgoto, o equivalente a 1,5 milhão de piscinas olímpicas.
 

O avanço é resultado da desestatização da Sabesp, que completa um ano no dia 23 de julho e visa universalizar o saneamento em 371 municípios atendidos até 2029 – quatro anos antes da meta nacional. O objetivo ambicioso envolve um investimento de cerca de R$ 70 bilhões, com empreendimentos, máquinas, geração de empregos e transformação visível em campo. Metade do montante previsto já foi aportado pela Sabesp em apenas 12 meses: foram 542 projetos contratados, somando R$ 35 bilhões.
 

“A universalização do saneamento é uma revolução silenciosa que impacta diretamente a saúde, o meio ambiente e o futuro das famílias”, afirma o diretor-presidente da Companhia, Carlos Piani. “Nosso objetivo é levar o tratamento de esgoto para 1 milhão de imóveis até o fim deste ano. Isso mostra que a universalização não é só um plano — ela já está acontecendo e mudando a vida das pessoas.”
 

Além dos dados técnicos, a transformação é percebida por quem mais importa: os cidadãos. Aderaldo Araújo passou 45 anos consumindo água de poços construídos por moradores da da Viela do Loreto, em Guarulhos, e vendo seu esgoto ser lançado em um córrego nos fundos de sua casa ou diretamente na rua. Seu imóvel fica no Jardim Cumbica, em uma região que há décadas busca a regularização das moradias. Desde o mês passado, ele e sua família sabem que vão chegar em casa e ter água na torneira, sem risco de contaminação. “Moro há quase 50 anos aqui e sempre sofremos com a falta de água constante, com o forte cheiro de esgoto em casa e com a infestação de ratos pelas ruas. Hoje tenho água sem depender da ajuda de ninguém e não sofremos mais com esgoto passando na porta de casa”, celebra Aderaldo.
 

Saneamento para quem nunca teve
 

Uma das novidades da desestatização acelerou o ritmo das instalações das redes de água, coleta e tratamento de esgoto em áreas informais. Desde julho de 2024, a Sabesp pode atuar em todas as comunidades que ainda não estão regularizadas formalmente, desde que não sejam em locais de proteção ambiental. Para isso, precisa de autorização do município. Antes, a empresa era proibida de instalar infraestrutura nesses locais.
 

Com essa liberação, mais de meio milhão de paulistas nessas localidades de alta vulnerabilidade social estão tendo acesso pela primeira vez aos serviços básicos de saneamento. Ao todo, serão implantadas 280 mil novas ligações de esgoto e 170 mil de água, beneficiando aproximadamente 600 mil pessoas. Com conclusão prevista para dezembro de 2026, o investimento total será de R$ 1,9 bilhão.
 

Tatiane Carvalho, moradora da comunidade Capadócia, na Brasilândia, zona norte da capital paulista. Há seis meses, ela e seus vizinhos passaram a ter acesso à água tratada e à rede de esgoto. Professora, Tatiane lembra com emoção o momento em que soube que a Sabesp chegaria ao seu bairro: “Eu estava contando os dias para termos o saneamento que a gente precisa, para termos qualidade de vida. Foi uma alegria imensa. Me senti feliz como mãe, professora e, principalmente, cidadã.”
 

Jorge Luis Rocha de França passou anos sem água tratada em seu ponto comercial, uma barbearia. Desde abril, passou a ter acesso a serviços de saneamento básico, e conta por que ter esses serviços essenciais disponíveis mudou a vida da sua família. “Eu não tinha água para os meus clientes da barbearia. Hoje não falta mais e consigo lavar o cabelo das pessoas que vêm cortar no salão. Melhorou muito o meu dia a dia e a satisfação dos meus clientes”, conta Jorge, cujo comércio fica no Jardim Cumbica, na cidade de Guarulhos.
 

“Como antes não possuíam endereço, os moradores não tinham acesso a alguns serviços, como entregas em domicílio, nem conseguiam matricular os filhos na escola. Com a regularização da água, as ruas dos bairros ganharam nomes e identificação, contribuindo para a dignidade, saúde e cidadania da população”, afirma Débora Pierini Longo, diretora de Operação e Manutenção da Sabesp.
 

“Fiquei bem contente quando recebi a notícia de que vamos ter os serviços da Sabesp aqui na rua. É um ganho não só para saúde pública, porque evita-se várias doenças, mas também por conta da natureza, porque é muito ruim ver um rio contaminado. Além disso, toda obra de infraestrutura valoriza o bairro”, comenta Márcia Ferrarezi, 51 anos, que mora em Itaquaquecetuba há 33 anos.

Ivani de Barros, que mora no Jardim Louzada, em Itaquaquecetuba, há 30 anos, foi contratada pela Companhia para atuar como agente de comunicação social: “Com a Sabesp, outras coisas também melhoraram. Muitos empregos foram gerados, porque as próprias pessoas do bairro foram contratadas como mão de obra. Muita gente está trabalhando, está contente. Isso muda o estilo de vida: se gasta mais, se movimenta mais. Muitos pais de família estão trabalhando, assim como eu”, conta.

Resultados em cada região do Estado

Confira abaixo o que foi feito em cada região do Estado entre janeiro de 2024 e junho de 2025:

Região Metropolitana de São Paulo

• Cerca de 950 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de um milhão de pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Região Metropolitana da Baixada Santista:

• Cerca de 80 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 135 mil pessoas com a acesso a tratamento de esgoto

Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte:

• Cerca de 73 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 60 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Vale do Ribeira:

• Cerca de 10 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 2.900 pessoas com acesso a tratamento de esgoto
 

Região de Campinas e Franca:

• Cerca de 75 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 68 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Região de Itapetininga e Presidente Prudente:

• Cerca de 64 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 58 mil pessoas com acesso a tratamento de Esgoto

Região de Botucatu e Lins:

• Cerca de 66 mil pessoas com acesso à água

• Cerca de 51 mil pessoas com acesso a tratamento de esgoto

Saneamento rural

Além de atuar em áreas informais, a Sabesp deu início a um amplo programa de saneamento rural, outra área em que a Companhia não podia atuar antes da desestatização. A iniciativa contempla 371 municípios, abrangendo aproximadamente 821 mil domicílios rurais, e será realizada em 20 frentes regionais. As ações do censo rural começaram em abril de 2025, e a implantação das soluções está prevista para iniciar em novembro. O programa aposta em soluções sob medida, uso de tecnologia digital e foco na melhoria da qualidade de vida no campo.

O saneamento rural contará com levantamento de campo pontual e georreferenciado, que será conduzido entre agosto de 2025 e julho de 2026, utilizando tecnologia de coleta digital via aplicativo, com planejamento específico por região.

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