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Debate entre os candidatos ao Governo de São Paulo

O debate dos candidatos ao governo de São Paulo começou às 22h30 desta terça-feira (27) com uma dobradinha entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Depois, ambos passaram a ser alvo, sendo Tarcísio associado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), e Haddad, ao ex-presidente Lula (PT). No último bloco, Rodrigo Garcia (PSDB) subiu o tom contra Haddad e afirmou que o petista teme ser derrotado pelo PSDB no segundo turno.

No início, o petista e o candidato do Republicanos fizeram perguntas entre si e isolaram Rodrigo, com o apoio de Vinicius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).

O debate realizado foi dividido em quatro blocos, teve duas horas e dois minutos de duração e foi o último encontro entre os candidatos para exposição de propostas e contraste de ideias antes do primeiro turno da eleição no domingo (2).

Seguindo a Lei Eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.

Participaram do debate:

  • Fernando Haddad (PT);
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos);
  • Rodrigo Garcia (PSDB);
  • Elvis Cezar (PDT);
  • Vinicius Poit (Novo).

O debate foi dividido em quatro blocos:

  • Primeiro e terceiro blocos: temas livres;
  • Segundo e quarto blocos: temas determinados;
  • No quarto bloco, os candidatos fizeram as considerações finais.

Logo no início, no bloco em que candidatos selecionavam para quem fariam uma pergunta, Tarcísio escolheu Haddad, que foi questionado sobre as propostas do petista para geração “imediata” de emprego.

Haddad respondeu citando a gestão do ex-presidente Lula (PT), e aproveitou para criticar o atual governo federal. Ele também defendeu a redução do ICMS da carne e do leite, além da elevação do salário mínimo.

“No tempo em que eu fui do governo federal, por nove anos, no governo Lula, nós crescíamos mais de 4% ao ano. Hoje nós crescemos, nos últimos quatro anos, pouco mais de 1%. A economia é movida por dois fatores: consumo das famílias e investimento privado e público. As famílias tiveram seu rendimento achatado nos últimos anos, particularmente aqui no estado de São Paulo. Para que se tenha uma ideia, o salário mínimo paulista ficou congelado durante todo o período da pandemia, se aproximando do salário mínimo nacional, sendo que ele sempre foi 20% superior.”

Na sequência, em pergunta para Tarcísio, Haddad afirmou que o candidato era o único dos cinco presentes que defendia “obstinadamente o governo Bolsonaro”.

No questionamento, o petista citou o negacionismo com a ciência, a demora na vacinação contra a Covid, os cortes em programas sociais, na merenda escolar e o tratamento que o atual presidente destina às mulheres e perguntou se é este modelo de gestão que deseja replicar no estado de São Paulo.

Tarcísio usou a resposta para defender a gestão de Bolsonaro e atacar o governo do ex-governador João Doria (PSDB) e de Rodrigo Garcia (PSDB).

“Eu defendo o governo Bolsonaro porque é um governo que entrega resultado e faz acontecer”, afirma. E completa: “Isso é gestão, é compromisso, nós tivemos compromisso com a população. Compromisso que faltou na gestão do estado de São Paulo de Rodrigo e do Doria, que aumentaram impostos, fecharam empresas, nós vamos fazer tudo diferente.”

Abrindo o segundo bloco, Elvis poupou Haddad e voltou a criticar a política do governo de São Paulo, desta vez, sob o tema do meio ambiente, focando na poluição dos rios Pinheiros e Tietê.

Rodrigo perguntou para Tarcísio sobre obras inacabadas para atacar o candidato do Republicanos em sua área, ele foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro. Segundo Rodrigo, Tarcísio só entregou 18 km de rodovias.

“Tarcísio, você me acusou, através das suas redes sociais, que São Paulo tinha muitas obras paradas. Eu entrei na Justiça, ganhei um direito de resposta mostrando que você estava mentindo em relação à quantidade de obras paradas aqui em São Paulo. Hoje, São Paulo é um canteiro de obras. Nós temos mais de 8.000 obras em execução, estou caminhando. O que nós vamos investir em São Paulo nos próximos quatro anos é mais do que o governo federal vai investir”, afirmou o governador.

O candidato do Republicanos afirmou que sua gestão fez “a maior quantidade de leilões de infraestrutura da história”. “O governo federal, quando assumiu, estava com mais de 14 mil obras paradas. Assumiu o cemitério do PAC, aquelas obras que deixaram de ser feitas no governo do PT e foi concluindo várias obras do Ministério do Turismo, levou água para o Nordeste, concluiu a transposição do São Francisco.”

Na sequência, Haddad perguntou ao pedetista Elvis, marcando uma dobradinha do segundo bloco entre os partidos mais à esquerda presentes no debate.

Tarcísio aproveitou que tinha que direcionar a pergunta para o liberal Poit e o questionou sobre inovação e startups.

O bloco foi encerrado com o tema sobre o crescimento da fome no país. Rodrigo foi novamente o último a ser escolhido. Ele foi questionado sobre fome por Poit, e afirmou que que irá ampliar o número de restaurantes Bom Prato.

Elvis Cezar abriu o terceiro bloco citando o esquecimento de Tarcísio que marcou a semana: ele não soube responder onde era seu colégio eleitoral. O candidato do Republicanos respondeu: “o que importa é não esquecer do povo”.

Na sequência, Poit perguntou para Haddad se ele concorda com um comentário feito por Lula em uma entrevista, quando disse que o caipira do interior de SP é ignorante.

Haddad relatou os preconceitos já sofridos por Lula e afirmou que Poit descontextualizou a frase “pra criar uma celeuma que não existe”.

“Na verdade, eu não conheço ninguém no Brasil que tenha sofrido mais preconceito do que o presidente Lula. Até hoje, depois de passar oito anos na Presidência e ser reconhecido no mundo, um dos maiores líderes políticos da história contemporânea, ele sofre o preconceito da elite econômica desse país. É uma pessoa que dá a mão e abre, abriu o Palácio de catador de material reciclável até o banqueiro sem fazer nenhuma distinção. Se tem uma coisa que não dá pra acusar o presidente Lula é de preconceito. Foi vítima de preconceito e nunca foi preconceituoso com ninguém. Você está descontextualizando uma frase pra tentar pinçar aí uma expressão. Pra criar uma celeuma que não existe.”

No quarto bloco, Poit falou a Tarcísio sobre corrupção no governo Bolsonaro e disse temer o ingresso do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB), preso na Operação Lava Jato, em um eventual governo do Republicanos.

Ao ser questionado por Tarcísio, Haddad atacou Bolsonaro e lembrou seus “deboches” contra a população indígena, as mulheres e outras minorias.

O quarto bloco também foi marcado pelo ataque de Rodrigo Garcia a Fernando Haddad. Rodrigo usou a resposta a uma pergunta sobre segurança pública para se dirigir ao petista.

Ele afirmou que Haddad não tinha “coragem” de fazer perguntas a ele por temer que o PSDB chegue ao segundo turno.

“Você tem medo de disputar a eleição no segundo turno porque você sabe que mais uma vez eu vou derrotar o PT. Quem assiste as tuas propagandas aqui até parece que você ajudou a gente a construir o estado que a gente tem. São Paulo é o melhor estado do Brasil porque o PT nunca governou esse estado. Do PT e do Haddad, ninguém tem saudade”, disse Rodrigo.

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