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Baixa umidade deixa região com ar desértico e amplia doenças respiratórias

As ondas de calor e as queimadas estão ampliando os efeitos negativos na saúde respiratória das pessoas. A baixa umidade deixa o ar de Limeira e Piracicaba parecido com o do deserto do Saara.

Esse cenário amplia o risco de doenças para a população, incluindo os grupos mais vulneráveis – crianças, idosos e pessoas com asma ou doenças pulmonares. O alerta é do médico pneumologista João Carlos Rodrigues de Almeida, da Hapvida NotreDame Intermédica.

“Estamos vivendo tempos difíceis. O calor intenso, combinado com a baixa umidade, cria condições favoráveis para o aumento de partículas poluentes e ozônio. Nas queimadas, a fumaça libera partículas finas, monóxido de carbono e outros gases tóxicos que penetram profundamente nos pulmões, agravando problemas respiratórios”, conta o médico.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estima um aumento de 50% nos focos de queimada no país, entre janeiro e a primeira semana de setembro desse ano. Limeira já registrou umidade do ar perto dos 15%, segundo a prefeitura. Já Piracicaba, 19%.

Segundo dr. João Carlos, a exposição prolongada à fumaça e ao ar seco pode causar irritação nos olhos, nariz, garganta e pulmões. As pessoas passam a apresentar sintomas como tosse, falta de ar, dor de garganta e sensação de ardor nos olhos.

“A preocupação é maior com pessoas com condições preexistentes, como asma, bronquite ou doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC. Elas são particularmente afetadas por esses poluentes que podem desencadear crises e piorar os sintomas”, revela o médico.

Se essas condições climáticas persistirem, a exposição crônica a partículas finas, como as liberadas nas queimadas, pode reduzir a capacidade pulmonar ao longo do tempo, aumentando o risco de doenças pulmonares graves.

Beba água e fique em locais fechados

Para o médico, de forma geral, as pessoas devem procurar diminuir a exposição a todos esses elementos. “Durante ondas de calor e incêndios, permaneça em locais fechados, especialmente durante os períodos de maior poluição. Manter portas e janelas fechadas ajuda a evitar que o ar poluído entre”, cita Almeida.

O uso de máscaras pode ajudar a filtrar partículas finas presentes na fumaça das queimadas, protegendo as vias respiratórias. Beber bastante água mantém as vias aéreas hidratadas e ajuda a combater os efeitos do ar seco. “Limite o tempo ao ar livre, principalmente em dias com níveis elevados de poluição ou durante incêndios”, recomenda o pneumologista.

O acompanhamento regular com um profissional de saúde auxilia as pessoas. Problemas respiratórios exigem acompanhamento mais rigoroso. Nesses casos, outra providência é sempre ter à mão a medicação recomendada pelo médico para situações de crise.

“A prevenção e o cuidado em situações de calor extremo e poluição são essenciais para proteger a saúde respiratória, principalmente em áreas propensas a queimadas”, orienta João Carlos Almeida.

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