Shopping de Americana inaugura com promessa de 2 mil empregos e recebe centenas de visitantes nas primeiras horas
O Americana Shopping, primeiro centro de compras de grande porte de Americana (SP), foi inaugurado nesta quinta-feira (30), às 13h. O empreendimento privado chega à cidade com promessa de movimentar a economia local e gerar 2 mil empregos, segundo a prefeitura do município. Logo nas primeiras horas da inauguração, centenas de pessoas prestigiaram o novo empreendimento, que promete transformar o consumo e o lazer da região.
Entre as lojas já em funcionamento estão Ótica Americana, Daisy Hair, Sportstrip, Renner, C&A, Youcom, Polo Woman, Daphne, Mormaii, Fair Play, Inovar Móveis e Colchões, La Ursos Diversões, Venom, Daielli Geneselli, Planet Girls, Dom Barbearia, Claro, Vivo, Cacau Show, Polo Wear, Óticas Carol, entre outras marcas reconhecidas do varejo nacional.
O Americana Shopping foi concebido no moderno formato de Lifestyle Center, combinando lazer, gastronomia e conveniência em um mesmo espaço. O empreendimento possui 28 mil m² de área bruta locável (ABL), mais de 110 lojas, praça de alimentação, restaurantes, sete salas de cinema e 950 vagas de estacionamento.
Durante a cerimônia de abertura, o idealizador do projeto, Roberto Restum, expressou a emoção de ver o resultado de anos de planejamento e dedicação.
“É muita emoção. Gente, é como se tivesse nascido um outro filho meu. Foi muito esforço, trabalho, muito amor. É um sonho que se realizou. E é uma data histórica para a Americana. 30 de outubro vai ser marcado em toda a minha vida e toda a população de Americana”, afirmou.
A inauguração também representa um marco para o desenvolvimento urbano e econômico do município. Até então, Americana era a única cidade paulista com mais de 240 mil habitantes sem um shopping center. Com o novo espaço, o município passa a oferecer um polo completo de compras, entretenimento e convivência para moradores e visitantes de toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC).
O empreendimento consolida a vocação da cidade para atrair investimentos e reforça seu papel como um dos principais polos de consumo e serviços do interior paulista.
Localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, o centro comercial recebeu investimento de R$ 200 milhões e ocupa uma área de 28 mil metros quadrados. Segundo o shopping, a estrutura conta com mais de 110 lojas distribuídas entre setores de moda, alimentação, saúde, beleza e lazer. O espaço também conta com academia, restaurantes e um cinema com sete salas, previsto para ser inaugurado em 2026.
A expectativa é que o novo complexo atenda não só os moradores do município, mas também consumidores de Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa e Sumaré, somando um público potencial de mais de 500 mil pessoas.
Impacto na economia local
Segundo o economista José Augusto Gaspar Ruas, do Instituto de Pesquisas e Estudos Econômicos e Sociais (IPEES), o impacto econômico na cidade começou antes mesmo do empreendimento abrir as portas. Ele explica que a execução das obras já movimentou recursos, gerou contratações e recolheu impostos municipais.
“A própria execução das obras já envolve a mobilização de recursos, de mão de obra, de material de construção, consumo de energia elétrica, consumo de insumos básicos. Já é uma atividade que já vem impactando a cidade algum período”, explicou.
José estima que, com o início da operação, o pagamento de salários deve injetar cerca de R$ 6 milhões por mês na economia local, considerando uma média salarial de R$ 3 mil.
O especialista enfatiza que, embora este valor seja hipotético, ele representa uma renda direta dentro da economia de Americana, que deve auxiliar as comunidades, bairros e localidades onde os trabalhadores residem, seja por meio de pagamento de aluguel ou do consumo. De acordo com o economista, o ponto central desse processo é o efeito multiplicador: ao entrar na economia, esses R$ 6 milhões mobilizam a geração de outros empregos em outras localidades para atender à demanda crescente, fazendo com que a renda gerada se alastre pela cidade, alcançando atividades como consumo de alimentos, transporte e outros serviços.
Apesar da expectativa de um impacto positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) municipal, o economista pondera que o shopping pode gerar concorrência e redistribuir o consumo na cidade.
Segundo ele, parte dos clientes que hoje compram em regiões comerciais tradicionais pode migrar para o novo centro, o que deve gerar concorrência entre estabelecimentos que atendem o mesmo perfil de público.
“Um morador ia fazer as compras dele numa determinada localidade e, de repente, o shopping novo gera uma demanda que puxa, vamos dizer assim, que rouba esse consumidor de outros lugares onde ele consumiria, né? Então, quando você tem empreendimentos abertos em uma determinada região, você pode ter uma modificação geográfica da atividade econômica”, explicou.
O especialista explica que a pressão competitiva pode resultar em demissões, redução de emprego ou até mesmo no fechamento de lojas, caso a diminuição da demanda seja considerável. Segundo João, esta dinâmica é comum, especialmente por ser o primeiro grande shopping da cidade.
Valorização imobiliária no entorno
Para João, outro reflexo esperado é a valorização imobiliária no entorno do shopping, fenômeno comum em cidades médias que recebem investimentos desse porte.
O especialista afirma que é muito provável que o entorno do centro comercial comece a ser palco da construção de edifícios, buscando justamente aproveitar a infraestrutura gerada pelo shopping.
“ O que se assistirá ao longo dos próximos anos é as pessoas ganhando dinheiro em cima daquilo que já tá planejado há um bom tempo. Daqui 10 anos é muito provavél que tenha uma série de edifícios ali em torno”, comentou.
