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A feroz campanha de Lula contra o Banco Central não é o que parece

A feroz campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT contra o Banco central e seu presidente, Roberto Campos Neto, não é o que parece. Não é uma campanha para baixar juros na marra pelo menos não nesse momento. Nem uma campanha para abolir a autonomia do Banco Central pelo menos não neste momento.

É uma campanha muito mais ampla, baseada na convicção, por parte de Lula e do PT, de que foram retirados do vencedor das últimas eleições instrumentos para levar adiante sua política econômica. Nesse sentido, juros altos e autonomia do BC são cortina de fumaça.

O que move Lula e o PT é a noção de que estaria impedido por um infiltrado do último governo de realizar seus projetos de política econômica. Lula e o PT têm suas próprias ideias de como deveria ser essa política. Elas resultaram essas ideias durante o período da ex-presidente Dilma Rousseff na maior recessão econômica enfrentada por um país que não estava em guerra.

Vista por essa perspectiva, a ofensiva de Lula e o PT não é apenas para achar desde já um eventual culpado por uma economia que, eventualmente, não entregue o que se prometia em campanha eleitoral.

É pelo domínio do espaço da informação, o que implica reescrever o passado recente. É pelo domínio das decisões políticas, o que implica criar pressão sobre qualquer tipo de instituição na qual o presidente e seu partido não tenham poder direto e imediato. É por impor a política econômica que definirá nosso futuro.

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