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Crise no MP do RJ causa incerteza em investigações sobre assassinato de Marielle

A sequência de chumbo trocado entre procuradores, associação de classe, governo do Rio de Janeiro e o chefe do Ministério Público (MP) tem provocado incerteza sobre a continuidade de investigações críticas no estado, como a busca pelos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, em 2018.

Tudo começou com a decisão do governador Cláudio Castro (PL) de reconduzir ao cargo de Procurador-Geral de Justiça o segundo colocado na eleição interna do Ministério Público, Luciano Mattos. Ele teve 48 votos a menos que Leila Machado Costa, que conseguiu o apoio de 485 colegas.

Nesta segunda-feira (16), a Associação do Ministério Público do estado (Amperj), fez uma assembleia e decidiu criar uma comissão para tentar forçar uma renúncia de Mattos alegando que, ao aceitar ser nomeado novamente como PGJ, ele não teria honrado com um “compromisso de campanha” que seria apoiar o nome que estivesse no topo da lista tríplice.

Mattos respondeu com uma longa nota criticando a decisão da assembleia. “É absolutamente falsa a narrativa referente à quebra do compromisso assumido no curso do processo eleitoral interno. Reafirmo que externei, de forma pública e oficial, antes e depois da eleição, apoio à nomeação da candidata mais votada. Não obstante, o Chefe do Poder Executivo, ao exercer livremente a prerrogativa constitucional, decidiu reconduzir-me ao cargo”, disse ele no texto.

Antes disso, 29 procuradores já tinham deixado seus postos em grupos de investigações temáticas, como o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O grupo tem uma série de investigações em curso e foi responsável pela prisão de chefes do tráfico e da milícia no estado.

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