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Gêmeas de Limeira representarão o Brasil em simulação da ONU na Suíça

Ex-alunas do curso de enfermagem do Cotil (Colégio Técnico de Limeira), da Unicamp, as gêmeas Hagata e Hiara Cardoso Cruz, de 19 anos, vão representar o Brasil no programa Modelo das Nações Unidas da ONU (Organização das Nações Unidas) em outubro deste ano, em Genebra, na Suíça. As irmãs vão participar de vários eventos acadêmicos para debater questões globais como se fossem diplomatas.

“Estou extremamente honrada e ansiosa com essa viagem”, disse Hagata. “A gente está falando de estudantes indo para a ONU. Ou seja, uma coisa grandiosa que deixa o nosso coração muito feliz”, confessou. “Saber que estudantes de escola pública conseguiram se destacar em uma imensa multidão de estudantes brasileiros é uma grande honra para nós. E esperamos não ser uma exceção.”

Hagata afirma estar feliz, mas não esconde a apreensão. O grupo que vai a Genebra precisa de recursos para cobrir parte dos custos de viagem. Ela conta que muitos começaram a trabalhar Hiara, por exemplo, já está empregada em um hospital na cidade de Araras, onde as gêmeas nasceram.

Baseado em uma experiência desenvolvida na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o modelo das Nações Unidas da ONU simula o funcionamento da organização com alunos da rede pública e privada de ensino. Nele, os participantes discutem questões atuais, negociam resoluções e aprendem sobre diplomacia, relações internacionais e, com isso, o próprio funcionamento da ONU.

As simulações deste ano vão acontecer de 29 de outubro a 1º de novembro e estão divididas em três debates: mudanças climáticas, poluição e saúde; saúde mental e juventude e iniciativa global de saúde e paz. Para a universidade os temas são: resistência antimicrobiana: acelerando as respostas nacionais e globais, erradicação da poliomielite e estratégia para acabar com a tuberculose.

A ida para Genebra das gêmeas é uma decorrência direta de um projeto anterior, desenvolvido pelas irmãs quando ainda estavam no Cotil e que foi denominado Boyebi que no idioma lingala do Congo significa saber, conhecimento. Em 2023, as irmãs e mais quatro estudantes do Cotil e uma professora orientadora passaram em um processo de internacionalização promovido pela Deri (Diretoria Executiva de Relações Internacionais) e patrocinado pela Unicamp. O objetivo do programa era levar alunos para estudarem literatura africana em Portugal. O grupo do Cotil foi selecionado e esteve nas universidades de Lisboa e Coimbra.

Por meio de leituras e rodas de conversa, o projeto usa a literatura africana para apresentar a estudantes noções de representatividade, valorização da cultura negra, desconstrução de estereótipos e interculturalidade, entre outros.

O projeto também ganhou o prêmio LED (Luz na Educação), um concurso promovido pela Rede Globo de Televisão em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Depois de seis meses do processo de seleção e entre 2.300 trabalhos inscritos na categoria Estudantes, o Boyebi ficou com o primeiro lugar.

Depois do prêmio, as meninas foram procuradas pela ativista brasileira Giovana Sampaio para dar palestra em um seminário sobre conhecimento e, lá, conheceram Geniur Esplendo de Moraes Junior, que as chamou para as simulações da ONU.

Moraes Junior é presidente do Instituto Olympus MUN – entidade que tem o objetivo de democratizar o acesso dos estudantes às simulações da ONU.

Além de Hagata, Hiara e Moraes Junior, a equipe Olympus MUN contará com os seguintes delegados: Jéssica Mendes de Lima, Jean Gabriel Souza, Thaissa Fernanda de Oliveira, Luiza Geronimo Azoia, Gustavo Leónidas Esplendo, Emanuel Pereira de Andrade, Graziele Damasceno e Thawany Heic.

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