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Lula institui novembro Mês da Segurança Aquática

Data é instituída para evitar afogamentos que matam 16 brasileiros por dia; INATI ensina 5 cuidados para prevenir incidentes com adultos e crianças e lança jogos educativos gratuitos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de instituir novembro como Mês Nacional da Segurança Aquática, para prevenção de afogamentos. Os números são alarmantes: 16 brasileiros morrem afogados por dia, o equivalente a uma morte a cada 90 minutos, colocando o país no primeiro lugar na América Latina em número de afogamentos. Cuidados simples já ajudariam a reduzir esses índices e por isso o Mês da Segurança Aquática, pela lei 15.258, de 12 de novembro de 2025, é dedicado à conscientização e ao ensino de melhores práticas para prevenir incidentes, tanto em crianças quanto em adultos.
 

“O afogamento é democrático, não vê raça, sexo, nível cultural ou socioeconômico. Ele acontece para todos. A prevenção é o grande remédio”, diz Rafaele Madormo, fundador do Inati (Instituto de Natação Infantil), que criou a data para promover a conscientização da segurança aquática. De 5.883 mortes computadas em um ano, 42% foram em vítimas de até 29 anos, sendo seis vezes mais em homens do que em mulheres, de acordo com o relatório 2025 da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), com informações do DataSUS do Ministério da Saúde.
 

Segundo maior causador de mortes infantis no Brasil, os afogamentos também acometem adultos – 57% das vítimas têm entre 15 e 49 anos -, muitas vezes por ignorarem cuidados simples que, literalmente, salvam vidas. Saber nadar é apenas uma das camadas de proteção e reduz em 88% o risco de afogamento em crianças de 1 a 4 anos, mas outras medidas são fundamentais. O Inati recomenda 5 passos que ajudam a prevenir afogamentos:
 

1 Nunca nade sozinho, mesmo que seja adulto e tenha habilidades aquáticas desenvolvidas – câimbras e mal súbito são imprevisíveis.

2 Não mergulhe de cabeça em águas desconhecidas – rios, represas e lagos podem ter baixa profundidade e ocultar pedras ou troncos e causar danos permanentes e até a morte.

3 Não prenda a respiração por muito tempo – o risco de apagão na água é real

4 Supervisione as crianças de perto – fique alerta quando elas estiverem próximas ou dentro da água, sem distrações como o uso do celular; não delegue a irmãos mais velhos e não confie em boias e flutuadores. Eles não substituem um adulto atento.

5 Use objetos flutuantes para ajudar outra pessoa em situação de afogamento – garrafa PET, corda, galho de árvore ou prancha para que ela se mantenha flutuando. Depois, busque ajuda especializada, ligue para o Corpo de Bombeiros no 193 ou para o SAMU no 192.
 

Mês da Segurança Aquática entra no calendário oficial

Criado em 2012 pelo INATI para unir as escolas de natação, academias e clubes no combate unificado a esse problema social, o Mês da Segurança Aquática foi sancionado pelo presidente após a aprovação no Congresso. A data já tinha sido instituída em cidades como São Paulo (SP), Franca (SP), Ribeirão Preto (SP), Ourinhos (SP), Teutônia (RS) e Londrina (PR) e agora passa a valer em todo país. “É uma grande vitória. O reconhecimento nacional vai dar mais alcance e visibilidade à conscientização”, vibra Madormo.
 

A proposta PL 3.699/2021, do deputado Carlos Zarattini (PT–SP), incluiu a data no calendário oficial, reforçando o papel da educação preventiva como política pública. A lei determina que os governos federal, estaduais, distrital e municipais promovam campanhas e ações educativas para reduzir os riscos de afogamento e os acidentes de mergulho em águas rasas.
 

Cada óbito por afogamento custa R$ 210 mil ao Brasil, segundo a Sobrasa, e aumentar o investimento em prevenção pode salvar até 774 mil crianças até 2050, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). O engajamento público reduz custos e traz impacto social com parcerias em escolas e centros esportivos, por exemplo. “Não precisa ter piscina para falar de segurança aquática. Aprender a nadar é uma das camadas de proteção, mas há outras ações importantes que podem ser ensinadas em qualquer lugar no processo de conscientização”, aponta Madormo.
 

Inati cria jogos educativos para crianças

O Inati lança jogos educativos gratuitos como parte da campanha do Mês da Segurança Aquática. Quebra-cabeças, jogo da memória, álbum de figurinhas e até um jogo de tabuleiro fazem parte do material disponibilizado no site do instituto. “A criança é vetor do conhecimento. Ela brinca, aprende e envolve a família, ajudando todos a absorverem a informação”, diz Sandra Rossi Madormo, professora de natação e cofundadora da entidade.
 

A proximidade do verão torna as medidas ainda mais urgentes, já que esse período concentra 31% dos afogamentos em praias, rios, lagos, piscinas e até mesmo inundações. “Promovemos ações ano todo, para que a sociedade se conscientize para esse trágico problema e novembro é o momento que o movimento do setor aquático se faz mais forte e presente”, completa Sandra.

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