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Menina de 7 anos é diagnosticada com câncer de mama no Chile

No início de fevereiro, a divulgação de um caso raro de câncer de mama em uma menina de sete anos no Chile chamou atenção para o problema de saúde. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, segundo o Inca. O diagnóstico do câncer de mama em Maura, de Quillota, no Chile, surpreendeu a mãe da menina, Patrícia Muñoz.

“Um dia eu estava dando banho nela e, depois de secar e passar creme, notei que ela tinha um [caroço semelhante a um] ‘feijãozinho’ embaixo do mamilo. Aí o médico me afirmou que o que a Maura tinha não era normal, que se eu esperasse muito iria crescer, mas ele nunca me disse que poderia chegar a isso. Isso foi em agosto e em setembro descobrimos que Maura tinha câncer [de mama]”.

A pequena Maura foi submetida a uma cirurgia de retirada da mama com o objetivo de evitar o espalhamento da doença para outras partes do organismo. Após a operação, a família aguarda o resultado dos exames que avaliaram a possibilidade de metástase.

“O surgimento do câncer de mama na infância é raríssimo, algo em torno de 0,0001% da incidência total da doença em mulheres, entretanto é importante salientar que para as crianças que foram tratados com radiação na região do tórax para a outras doenças como o linfoma de Hodgkin na infância, o risco de desenvolver um câncer de mama pode chegar a 1,5% em um intervalo de tempo que pode variar entre 2 a 17 anos após a radiação sendo que, em geral, esse período de tempo é superior a 10 anos”.

“Câncer de mama é algo muito raro em crianças. Mesmo em adolescentes, época em que há grandes alterações hormonais, a incidência é extremamente baixa. Não há indicação de exames de acompanhamento e rastreio nesta idade. Esse caso específico foi algo extremamente raro. É importante sim conhecer a anatomia e o corpo e entender que, qualquer alteração nova e mantida, deve ser avaliada por um médico e caberá a este, definir melhor método de investigação”.

O sintoma mais comum do câncer de mama é a presença de caroço (chamado de nódulo) no seio, que pode ser acompanhado ou não de dor. Ele está presente em mais de 90% dos casos da doença.

“Aos 7 anos de idade a mama ainda é infantil com quantidade de tecido mamário ainda é muito pequena, sendo que o broto mamário normalmente começa a se desenvolver a partir dos 8 anos. Os sinais mais comuns seriam os nódulos ou espessamentos na mama na região central atrás do mamilo ou ao redor deste, que pode ser doloroso ou não”.

De acordo com o Inca, nem todo caroço está associado a um quadro de câncer de mama. Por isso, é importante consultar um profissional de saúde para análise.

“A enorme maioria destes casos são de tumores benignos. Porém, ao se perceber alguma alteração deve-se procurar avaliação medica e exames de imagem como a ultrassonografia devem ser realizados. Em face de uma lesão suspeita, uma biópsia deve ser realizada para confirmar ou afastar a malignidade da lesão”.

Outros principais sintomas são:

  • Pele da mama avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja;
  • pequenos nódulos embaixo do braço ou no pescoço;
  • alterações no mamilo;
  • saída espontânea de líquido de um dos mamilos.

As alterações suspeitas de câncer de mama devem ser sempre investigadas para esclarecimento do diagnóstico.

Em mulheres mais jovens, qualquer caroço persistente por mais de um ciclo menstrual deve ser investigado por um profissional. No caso das mulheres com mais de 50 anos, todo caroço na mama deve ser investigado.

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