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Planos de Saúde serão obrigados a cobrir tratamentos fora do rol da ANS

A aprovação no Senado do projeto de lei que altera o caráter taxativo do rol de procedimentos e eventos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pode afetar uma série de ações que estão em análise no Supremo Tribunal Federal.

A proposta foi aprovada pelos senadores nesta segunda-feira (29) e será enviada à sanção presidencial. O texto estabelece que os tratamentos prescritos por médicos, mesmo que não conste do rol definido pela ANS, deverão ser cobertos pela operadora de saúde desde que sejam comprovadamente eficazes e sejam recomendados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) ou outro órgão internacional.

Em junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) desobrigou as operadoras de pagarem por procedimentos não listados no rol. Em agosto, no entanto, a Câmara aprovou um projeto de lei para reverter essa decisão e dizer que a lista da ANS é apenas “exemplificativa”, e não a cobertura total.

Como os senadores aprovaram o mesmo texto que passou na Câmara, o projeto seguirá para sanção presidencial.

As ações envolvendo o assunto no Supremo Tribunal Federal estão sob a relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

De acordo com fontes do STF o texto que saiu do Senado está sendo analisado e ainda será preciso aguardar um posicionamento sobre o que eventualmente for sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro para definir se as ações poderão perder o objeto. Por ora, as audiências públicas marcadas para o fim de setembro estão mantidas.

As ações no Supremo pedem que a Corte interprete a Lei dos Planos de Saúde, de 1998, de tal forma que derrube o chamado rol taxativo, considerado inconstitucional pelos autores das ações.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu, em junho deste ano, que o rol de procedimentos da ANS é taxativo –ou seja, os procedimentos lá contidos são exatamente os que devem constar na cobertura dos planos de saúde. A discussão entre os ministros do STJ envolvia a possibilidade de o rol ser encarado como “exemplificativo” –ou seja, tomado apenas como uma referência.

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