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Megaoperação no Rio deixa 120 mortos, saiba os pontos positivos e negativos

Megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos e entrou para a história como a mais letal já registrada no estado, segue cercada de dúvidas e versões conflitantes.

A megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos e entrou para a história como a mais letal já registrada no estado do Rio de Janeiro, segue cercada de dúvidas e versões conflitantes. Enquanto o governo estadual e as forças de segurança defendem a ação como “legal e necessária” para desarticular a cúpula do Comando Vermelho (CV), especialistas e organizações de direitos humanos cobram transparência sobre as circunstâncias das mortes, o uso de câmeras corporais e a situação dos corpos encontrados na área de mata.

Entre as muitas perguntas sem resposta estão: o que aconteceu com as gravações das câmeras policiais, como se deu o chamado “muro do Bope”, de que forma ocorreram as mortes na mata e quem eram, de fato, as vítimas.

Câmeras corporais

O que se sabe:

O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, afirmou que o uso de câmeras corporais foi adotado durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. Segundo ele, “todos os requisitos da ADPF foram observados” e “a presença de câmeras corporais também aconteceu”, em referência à determinação do Supremo Tribunal Federal que impõe regras para operações em favelas.

As baterias das câmeras têm duração aproximada de 12 horas e parte de imagens pode ter se perdido por falta de bateria. A operação começou a ser preparada por volta das 3h de terça-feira (28), com as tropas em movimento a partir das 5h. Em meio à ação, nem todas as câmeras puderam ter as baterias substituídas ou recarregadas, o que pode ter causado a perda de parte das gravações.

O que falta esclarecer:

Ainda não está claro quantos policiais usavam câmeras corporais no momento da operação, quantas imagens foram de fato gravadas e em que momento os registros foram interrompidos. Também não há informação sobre como será feita a análise e a divulgação dos vídeos captados pelas equipes.

‘Muro do Bope’

O que se sabe:

As forças de segurança montaram o chamado “Muro do Bope”, uma estratégia em que policiais entraram pela Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à mata, onde outras equipes do Batalhão de Operações Especiais já estavam posicionadas. Segundo o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, o objetivo era conter os confrontos e proteger os moradores, criando uma linha de bloqueio entre as duas comunidades.

O secretário explicou que as tropas foram distribuídas por diferentes pontos dos complexos, com unidades da PM e da Polícia Civil atuando em áreas estratégicas para fechar o cerco. Segundo ele, a maior parte dos confrontos ocorreu na mata, onde os criminosos teriam se refugiado, e a escolha por esse tipo de enfrentamento.

O que falta esclarecer:

Ainda não há informações sobre como a estratégia do “Muro do Bope” influenciou o número de óbitos e quantos, dos mais de 120 mortos, foram encurralados nessa região de mata. ‘Muro do Bope’

O que se sabe:

As forças de segurança montaram o chamado “Muro do Bope”, uma estratégia em que policiais entraram pela Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à mata, onde outras equipes do Batalhão de Operações Especiais já estavam posicionadas. Segundo o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, o objetivo era conter os confrontos e proteger os moradores, criando uma linha de bloqueio entre as duas comunidades.

O secretário explicou que as tropas foram distribuídas por diferentes pontos dos complexos, com unidades da PM e da Polícia Civil atuando em áreas estratégicas para fechar o cerco. Segundo ele, a maior parte dos confrontos ocorreu na mata, onde os criminosos teriam se refugiado, e a escolha por esse tipo de enfrentamento.

O que falta esclarecer:

Ainda não há informações sobre como a estratégia do “Muro do Bope” influenciou o número de óbitos e quantos, dos mais de 120 mortos, foram encurralados nessa região de mata.

Moradores retirando os corpos

O que se sabe:

O secretário da Polícia Civil, Carlos Oliveira, explicou que o procedimento padrão prevê o acionamento da Delegacia de Homicídios, a realização de perícia e, só então, a remoção dos corpos. No entanto, nesta quarta-feira (29), moradores e familiares retiraram mais de 70 corpos da área de mata no Complexo da Penha e os levaram para uma praça do bairro, impossibilitando a atuação formal da polícia naquele momento.

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que será investigada possível fraude processual envolvendo a remoção dos corpos. Ele destacou que muitos dos indivíduos encontrados surgiram em roupas simples, sem coletes ou armamentos, diferente do que indicavam imagens da operação, e que há registros mostrando pessoas retirando os corpos da mata e levando-os para vias públicas. A 22ª Delegacia de Polícia instaurou um inquérito para apurar o caso.

O que falta esclarecer:

Não se sabe como a remoção feita pelos moradores impactará as investigações, nem quais medidas adicionais serão tomadas para documentar e apurar a situação desses corpos. Também não há detalhes sobre o andamento da investigação sobre fraude processual e se outras autoridades ou delegacias serão envolvidas no caso.

Cúpula do Comando Vermelho

O que se sabe:

A ação foi resultado de uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, que levou à expedição de 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão — 70 no Rio de Janeiro e 30 no Pará, contra integrantes do Comando Vermelho. Curi afirmou que este foi o maior golpe já sofrido pela facção, que estaria abrigando suas principais lideranças em pontos estratégicos dessas comunidades.

Não foram divulgados todos os presos ou mortos, mas já se sabe que pouca gente da cúpula foi encontrado.

Entre os presos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos chefes do Comando Vermelho da região. Outro capturado é Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de um dos altos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso

O que falta esclarecer:

Ainda não há informações detalhadas sobre quantos dos mortos pertenciam efetivamente à cúpula da facção criminosa ou estavam entre os alvos dos mandados de prisão.

Durante coletiva, o governador Cláudio Castro disse que, exceto os 4 policiais mortos, os demais teriam morrido em confronto com os agentes: “O conflito foi todo na mata. Não acredito que havia alguém passeando na mata”, disse Castro, mesmo antes da divulgação das identidades e do levantamento das fichas criminais.

Doca foragido

O que se sabe:

O traficante Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso, de 55 anos, apontado como chefe do tráfico nos complexos do Alemão e da Penha, é considerado um dos principais alvos da operação contra o Comando Vermelho. Nesta terça-feira, o Disque Denúncia aumentou para R$ 100 mil o valor da recompensa por informações que levem à sua prisão.

Doca é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Segundo as investigações, ele mantinha o controle das comunidades à distância, coordenando ações criminosas por meio de grupos em aplicativos de mensagem. Nessas conversas, os chefes da facção determinavam desde punições e torturas a moradores até a escala de seguranças que atuavam nos pontos de venda de drogas ou prestavam serviço diretamente ao próprio chefe.

O que falta esclarecer:

A polícia ainda não informou sobre o possível paradeiro de Doca após a operação que deixou mais de 120 mortos e resultou na prisão de mais de 80 pessoas.

Quem são os mortos

O que se sabe:

Até a tarde desta quarta-feira (29) a polícia confirmava mais de 120 mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho. Ao todo, foram 4 policiais e 117 suspeitos mortos na operação mais letal da história do Rio de Janeiro.

O que falta esclarecer:

Mais da metade dos 117 suspeitos mortos passou por necropsia no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio. Na manhã desta quinta-feira, os corpos periciados já começaram a ser liberados para a retirada das famílias. Como alguns dos mortos seriam de outros estados, o IML solicitou acesso a bancos de dados de fora do Rio para cruzar informações e confirmar identidades.

Armas apreendidas

O que se sabe:

Durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, as forças de segurança apreenderam 118 armas de fogo, entre elas 91 fuzis, 26 pistolas e 1 revólver. O volume de armamento apreendido é considerado um dos maiores já registrados em uma única ação policial no estado, segundo as autoridades.

O que falta esclarecer:

A polícia ainda não informou se apreendeu armas com os mortos encontrados na área de mata nesta quarta-feira (29). Também não foi detalhado quantas das 118 armas foram apreendidas durante os confrontos e quantas estavam em áreas isoladas ou abandonadas após os tiroteios.

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