Presidente da França fala que os EUA fizeram oferta de cessar-fogo entre Israel e Irã
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (16) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma oferta de cessar-fogo entre Israel e o Irã. “De fato, há uma oferta de encontro e troca. Uma oferta foi feita especialmente para obter um cessar-fogo e, então, dar início a discussões mais amplas”, pontuou Macron.
“Temos que ver agora se as partes irão acatar a proposta”, adicionou.
Trump havia alertado todos a se retirarem de Teerã imediatamente e reiterado que o Irã deveria ter assinado um acordo nuclear com os Estados Unidos.
O presidente dos Estados Unidos deixará a cúpula do G7 mais cedo e retornará a Washington na noite desta segunda-feira (16). Ele deveria deixar o Canadá nesta terça-feira (17), após uma coletiva de imprensa.
“Muito foi realizado, mas devido ao que está acontecendo no Oriente Médio, o presidente Trump partirá esta noite, após o jantar com os chefes de Estado”, disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt no X.
O G7 tem lutado para encontrar unidade em relação aos conflitos na Ucrânia e entre Israel e o Irã. Uma autoridade americana disse que Trump não assinaria um rascunho de declaração pedindo a redução da tensão no conflito no Oriente Médio. Ainda assim, Macron disse que a saída do presidente americano foi positiva, dado o objetivo de obter um cessar-fogo.
Líderes do G7 do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA, juntamente com a União Europeia, se reuniram na área turística de Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadenses, até terça-feira (17). Em conversa com o primeiro-ministro canadense Mark Carney, Trump afirmou que o antigo G7 errou ao expulsar a Rússia em 2014, após a anexação da Crimeia.
“Este foi um grande erro”, disse Trump, acrescentando acreditar que a Rússia não teria invadido a Ucrânia em 2022 se Putin não tivesse sido expulso. “Putin fala comigo. Ele não fala com mais ninguém… ele não está feliz com isso. Posso dizer que ele basicamente nem fala com as pessoas que o expulsaram, e eu concordo com ele”, afirmou Trump.
Embora Trump não tenha chegado a dizer que a Rússia deveria ser reintegrada ao grupo, seus comentários levantaram dúvidas sobre o quanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pode alcançar quando se reunir com os líderes nesta terça-feira.
“Foi um começo difícil”, disse Josh Lipsky, ex-alto funcionário do FMI que agora preside o departamento de economia internacional do Atlantic Council.
Os países europeus queriam persuadir Trump a apoiar sanções mais duras contra Moscou. Um porta-voz da embaixada da Ucrânia no Canadá disse que Zelensky ainda planejava visitar o Canadá. O Canadá abandonou qualquer esforço para adotar um comunicado abrangente para evitar uma repetição da cúpula de 2018 em Quebec, quando Trump instruiu a delegação americana a retirar sua aprovação do comunicado final após sua partida.
Os líderes prepararam vários rascunhos de documentos vistos pela Reuters, incluindo sobre migração, inteligência artificial e minerais essenciais. No entanto, nenhum deles foi aprovado pelos Estados Unidos, de acordo com fontes informadas sobre os documentos. Sem Trump, não está claro se haverá alguma declaração, disse um diplomata europeu. Carney convidou México, Índia, Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Brasil, que não fazem parte do G7, além da Ucrânia.