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Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos

Mais longeva monarca britânica da história, que passou 70 anos no trono, atravessou crises e guerras e virou ícone pop, a Rainha Elisabeth II morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no castelo de Balmoral, na Escócia. O anúncio foi feito pelos canais oficiais da família real.

“A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei [Charles III] e a rainha consorte [Camila] permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã”, informou a Casa Real britânica no Twitter.

Com a morte de Elizabeth, seu filho mais velho, o agora rei Charles, assume o trono do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado, como Austrália e Canadá. Segundo os ritos oficiais, o sucessor no trono tinha algumas opções na escolha do nome que iria adotar, mas acabou seguindo o caminho tradicional e manteve o título de rei Charles III.

Em seu primeiro comunicado oficial como rei, Charles III disse que “a morte da minha mãe, Sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e para todos os membros da minha família”.

Os quatro filhos da rainha – Charles, Anne, Andrew e Edward – foram até a Escócia quando foi anunciado que a monarca estava sob supervisão médica. Neto de Elizabeth II, o príncipe William também foi até o castelo de Balmoral. Na tarde desta quinta, veio a notícia da morte.

Elizabeth II tornou-se rainha aos 25 anos de idade, em 1952, após a morte do pai, o rei George VI. Em 2 de junho de 1953, Elizabeth II foi coroada rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, aos 26 anos. Pela 1ª vez na história da monarquia britânica, a cerimônia foi transmitida ao vivo pela rádio e TV como uma tentativa para aproximar a realeza do público. A coroação foi acompanhada por centenas de milhares de pessoas de todo o mundo.

Sua liderança no cenário pós-guerra acompanhou a diluição do império britânico e consequente formação da Commonwealth, grupo de 53 nações que inclui diversas ex-colônias da Grã-Bretanha. Ao longo da vida, realizou diversas viagens pelo mundo incluindo para a Alemanha, em 1965, depois de 5 décadas sem nenhum chefe de Estado pisar no país. Também visitou nações do Oriente Médio, que vieram a se tornar importantes parceiros comerciais na importação de petróleo. Em seu reinado, Elizabeth II trabalhou com 15 primeiros-ministros britânicos. Entre os mais proeminentes estão Winston Churchill, 1951.

Ainda princesa, aos 21 anos, casou-se com o tenente da Marinha Real britânica Philip Mountbatten, em 20 de novembro de 1947. Juntos, tiveram 4 filhos –Charles, Anne, Andrew e Edward –, 8 netos –incluindo os príncipes Harry e William – e 12 bisnetos – entre eles, George, Charlotte e Louis, filhos de William, e Archie e Lilibeth, filhos de Harry.

Elizabeth II só esteve no Brasil uma única vez, em novembro de 1968, em sua 1ª viagem à América Latina. Encontrou-se com o então presidente, general Costa e Silva, e inaugurou uma escola infantil em Brasília (o Jardim de Infância, na 308 Sul, na Asa Sul). Vários presidentes brasileiros se encontraram com a monarca em viagens ao Reino Unido. A rainha conheceu chefes de Estado do Brasil desde o período ditatorial até a democracia. Encontrou-se com Ernesto Geisel em 1976, no auge da ditadura militar. Com Fernando Henrique Cardoso foram 4 encontros (sendo o 1º apenas 5 meses antes da posse). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a rainha em uma viagem de 3 dias em 2006. A também petista Dilma Rousseff se reuniu com a monarca em 2012, na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres.

Outras personalidades também tiveram reuniões com a rainha. Pelé foi o anfitrião na visita de Elizabeth 2ª e do príncipe Phillip ao estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, em 1968. O escritor Jorge Amado e a cantora Elza Soares também se reuniram com a monarca durante a sua visita ao Brasil.

Descrita como modesta, a rainha Elizabeth 2II deixou transparecer poucas vezes seus sentimentos para a opinião pública. Uma das poucas exceções foi em 1992, ano do incêndio em Windsor e da separação do príncipe Charles e de Diana. A rainha admitiu serem datas que preferia “não lembrar”. O casamento de Charles e Diana, realizado em 1981 e muito incentivado pela família real, terminou em divórcio, em 1996, depois de uma série de acontecimentos que respingaram inevitavelmente na rainha. Em 1997, viu sua relação com os britânicos ser abalada após a morte de Diana, ex-mulher de Charles. Na ocasião, a rainha foi criticada por sua reação vista como fria e distante.

Os casamentos de William, em 2011, e de Harry, em 2018, serviram para modernizar a imagem da família real, mas pouco depois veio um novo baque: Andrew, considerado o filho favorito da monarca, escandalizou o Reino Unido por causa de sua amizade com o milionário americano Jeffrey Esptein, acusado de exploração sexual de menores.

Em 2020, houve uma nova polêmica, com a mudança de Harry e da mulher, Meghan Markle, para os Estados Unidos(no ano seguinte, o casal se desvincularia totalmente da coroa britânica). Viúva do príncipe Philip, que morreu em abril de 2021 aos 99 anos.

A saúde da monarca foi motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a “exames” médicos que nunca foram detalhados. Desde então, ela reduziu consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.

O evento preocupante mais recente foi a cerimônia de nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss na terça-feira (6). Na ocasião, Elizabeth II transferiu, pela primeira vez na história, a cerimônia para o Palácio de Balmoral, onde ela estava. Até então, todos os premiês anteriores haviam sido nomeados no Palácio de Buckingham, em Londres.

Em maio, Elizabeth II foi substituída por Charles na abertura oficial dos trabalhos no Parlamento do Reino Unido. Também foi a primeira vez que um monarca não presidiu essa sessão.

A participação da rainha foi reduzida nas festividades do Jubileu de Platina, série de eventos que celebrou os 70 anos de seu reinado, no início de junho. Além da agenda enxuta, ela cancelou participação em uma missa durante o evento por se sentir indisposta.

Desde os primeiros problemas de saúde, no entanto, o Palácio de Buckingham falou muito pouco ou emitiu notas contidas sobre o estado de saúde da rainha, sempre se referindo aos problemas como indisposições.

A data da morte da rainha é conhecida como “Dia D”. Cada dia seguinte será o Dia D+1, Dia D+2 etc. O rei Charles III retornará para Londres nesta sexta-feira (9), de acordo com comunicado da Família Real.

Conforme explica Uebel, o caixão da rainha fica no palácio de Holyroodhouse temporariamente. Ele deve ser transportado no sábado (10) para o Palácio de Buckingham, quando começa o processo do funeral em si. Enquanto isso, Charles fará uma viagem de luto pela Inglaterra, Escócia e País de Gales.

No quinto dia após a morte, o caixão é transferido para o palácio de Westminster. A visitação do público se inicia no D+6. Nos dias D+7 e D+8 são feitas homenagens.

O 9° dia é o último dia de funeral, e no 10° dia acontece o funeral de Estado, quando é feito o sepultamento com chefes de Estado do mundo inteiro na cerimônia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou nesta 5ª feira (8/set/2022) a morte da rainha Elizabeth II. O chefe do Executivo disse que o Brasil recebeu a notícia com “pesar e comoção” e classificou a britânica como “extraordinária e singular”.  “É com grande pesar e comoção que o Brasil recebe a notícia do falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, uma mulher extraordinária e singular, cujo exemplo de liderança, de humildade e de amor à pátria seguirá inspirando a nós e ao mundo inteiro até o fim dos tempos”, escreveu nas redes sociais.

Além de lamentar o falecimento, Bolsonaro decretou luto oficial de 3 dias pela morte da rainha. O decreto foi publicado em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).

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