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Univ. Zumbi dos Palmares lança Movimento AR

Movimento AR, que visa promover a mudança de atitudes e transformação social, é lançada pelo reitor da Universidade José Vicente. Agência Grey Brasil desenvolve campanha publicitária e site para Movimento AR. 

Com o objetivo de minimizar os efeitos do racismo, a Universidade Zumbi dos Palmares e a ONG Afrobras lideram um plano de ações práticas para o combate ao preconceito e à discriminação racial contra negros, uma realidade muito forte no Brasil e nas Américas chamado de Movimento AR. José Vicente, reitor da Universidade apresenta o projeto com o lançamento do Manifesto que contempla  10 ações estratégicas a serem atingidas em cinco anos, com uma meta de alcançar 30% dentro de um ano.

Essas dez ações visam possibilitar que o negro tenha o acesso à educação e à renda, por meio de parcerias e políticas públicas, principalmente agora, com o aumento do desemprego durante e após a pandemia. Hoje, no Brasil, 55% da população são compostas por negros e pardos, segundo o IBGE.

Segundo José Vicente, um dos idealizadores do Movimento AR : “Precisamos educar para transformar. Elaboramos um Manifesto com ações que, em alguns casos, basta apenas fazer com que as leis sejam cumpridas. Não estamos pedindo nada, queremos o direito de auxiliar a sociedade a se organizar de uma forma onde não exista distinção pela raça”. Vicente conclui: “Para isso a educação de nossas crianças e jovens negros é essencial, mas também a educação nos ambientes corporativos é preponderante que os profissionais sejam envolvidos e aprendam a fazer a gestão da diversidade”.

Quem assina o Manifesto até o momento:  Comissão Arns, Febraban, GPA – Grupo Pão de Açúcar, Centro Universitário UniCarioca, LS Educacional, escolas de Samba Mangueira e Vai Vai. 

Para chegar a toda sociedade, os idealizadores do projeto ganharam o reforço da Agência Grey, que desenvolveu uma campanha publicitária do Movimento AR, com filme e peças mídia impressa e online, além do site www.movimentoar.com.br. A logomarca foi criada pelo designer gráfico Oga Mendonça. A imagem tem as três cores da campanha, branco, preto e vermelho e traz um elemento gráfico que, ao ser animado, faz um movimento de respiração, transmitindo leveza ao mesmo tempo em que tem força e impacto, conectando ao nome e propósito do projeto imediatamente.

O vídeo da campanha tem Martinho da Vila fazendo a locução do Manifesto.

Muitas personalidades brasileiras engajadas ao Movimento AR gravaram vídeos em apoio e reforçando ‘Vidas Negras Importam eu preciso respirar’ que serão utilizados na campanha nas mídias sociais. 

Confira alguns desses formadores de opinião: Alexandre Campello, André Singer, Antoninho Trevisan, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, Arnaldo Niskier, Benedita da Silva, Carlos Ayres Britto, Claudia Costin, Cristovam Buarque, Dandara Mariana, Elisa Lucinda, Emerson Kapaz, Eunice Prudente, Fabio Barbosa, Fabio Comparato, Gaudêncio Torquato, Irene Neto, José Carlos Dias, José Gregori, Luis Carlos Bresser Pereira, Luiza  Helena Trajano, Marcelo Knobel, Martinho da Vila, Mônica Martelli, Orlando Silva, Paulo Paim, Priscila Cruz, Ricardo Henriques, Sandra de Sá, Sandro Valentim, Sergio Loroza, Tony Tornado, Vahan Agopyan, Vicentinho, Vlademir Saflate, Wilson Simoninha e Zezé Motta, entre outros.

O Manifesto – Ações e estratégias:

    Ação Zero: Prorrogação da Lei de Cotas nas Universidades Públicas Federais.

01.  Mudança nos Protocolos Policiais

Para impedir técnicas de sufocamento e estrangulamento em abordagens policiais,

bem como disparos de arma de fogo em invasões ou ocupação de favelas e comunidades.

02.  Mudança nos Protocolos da Segurança Privada

Para acabar com a hostilização, perseguição e constrangimentos nos ambientes públicos e privados, incluindo a eliminação da sala de agressão e tortura presente nos Bancos, Shoppings e Supermercados.

03.  Criação de 500 mil Bolsas de Estudos

Para qualificação de jovens negros em graduação, pós-graduação, pesquisa, formação tecnológica, economia criativa, negócios e empreendedorismo.

04.  Criação de 300 mil Vagas

De estágios, trainees e profissionais negros nas empresas públicas e privadas. 

05.  Formação e Qualificação

De um milhão de quadros corporativos em Discriminação e Racismo e Gestão da Diversidade Racial.

06.  Implementação de Recursos por meio de ferramentas, mecanismos, metodologia de gestão, gerenciamento da inclusão, desenvolvimento de carreira, ações e políticas de diversidade racial em 300 empresas públicas e privadas.

07.  300 milhões em Compras Corporativas

Do ambiente público e privado, de serviços e produtos de empresas e empresários e profissionais negros.

08.  Fundo Vidas Negras Importam de R$ 200 milhões

Para o fomento, apoio e financiamento educacional, empreendedor, tecnológico e de economia cultural criativa para jovens negros.

09.  Implementação Integral da Lei da História do Negro e História da África e da Disciplina de Relações Étnico Racial em todo ambiente escolar e universitário público e privado do país.

10.  Campanha de Instalação da Rua Zumbi

Do Selo da Igualdade Racial, ampliação e expansão da Virada da Consciência.

Entenda a importância desta causa:

No Brasil, a População negra é principal vítima de homicídio.

Entre 2012 e 2017, foram registradas 255 mil mortes de negros por assassinato; em proporção, negros têm 2,7 mais chances de ser vítima do que brancos, segundo dados oficiais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Enquanto a violência contra pessoas brancas se mantém estável, a taxa de homicídio de pretos e pardos aumentou em todas as faixas etárias.

Na série de 2012 a 2017,  de acordo com o IBGE, houve aumento da taxa de homicídios por 100 mil habitantes da população preta e parda, passando de 37,2 para 43,4. Enquanto para a população branca esse indicador se manteve constante no tempo, em torno de 16. 

Entre os jovens brancos de 15 a 29 anos, a taxa era de 34 mortes para cada 100 mil habitantes em 2017, último ano com dados de mortes disponíveis no DataSus. Entre os pretos e pardos, eram 98,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Fazendo o recorte apenas dos homens negros nessa faixa etária, a taxa de homicídio sobe para 185. Para as mulheres jovens, a taxa é de 5,2 entre as brancas e 10,1 para as pretas e pardas.

Fonte: Assessoria de Imprensa Movimento AR