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Venda de eletrônicos sobe no Brasil em meio à atualização de custos de matéria-prima

O mercado de eletrônicos, especialmente o de produtos como smartwatches, GPS, HD externo, câmeras e óculos de realidade virtual, conhecidos como gadgets, está experimentando um aumento nas vendas, apesar da escalada nos preços desses componentes.


O mais recente relatório da Admitad, empresa global de marketing de afiliados, destaca que, globalmente, houve um crescimento de mais de 15% nos pedidos online de eletrônicos no primeiro semestre do ano. No Brasil, as vendas aumentaram 10%, e os brasileiros estão gastando em média 8% a mais, com um ticket médio de $65 dólares, cerca de R$ 354,21.


A análise abrangeu mais de 15 milhões de pedidos em nível global, incluindo 1,7 milhões de pedidos de brasileiros, e englobou plataformas de marcas locais e globais, além de marketplaces como Aliexpress, Alibaba, Info Store, Lenovo, QCY, Shopee e Temu.

Anna Giridim, CEO da Admitad, explica que o aumento das vendas desses produtos passa pela compreensão dos consumidores de que os preços não vão baixar a curto-prazo.
 

“No ano passado alguns compradores adiaram a atualização de seus dispositivos devido aos aumentos de preço. Porém, agora está claro que esses preços não são passageiros. Os custos de produção e os preços das matérias-primas para componentes eletrônicos estão em alta. Além disso, a demanda está crescendo, incluindo pedidos de clientes governamentais e grandes complexos industriais privados. Todos esses fatores impactam os preços e a disponibilidade de eletrônicos para os consumidores”, conclui.
 

Recentemente, as principais empresas produtoras de chips e semicondutores anunciaram aumentos significativos, que variam entre 10% e 30%. A sul-coreana Samsung, por exemplo, anunciou aumento dos preços dos chips NAND Flash em até 20%.
 

Os preços dos eletrônicos portáteis são impactados também por tensões geopolíticas na região de Taiwan, país responsável por mais da metade da produção global de chips e semicondutores, essenciais para grandes empresas de tecnologia como a Apple. Os exercícios militares na região têm levado a interrupções no transporte marítimo, o que consequentemente atrasa a entrega de mercadorias e afeta os preços no mercado global.
 

Outro fator relevante é o aumento nos preços das commodities fundamentais na fabricação de diversos componentes eletrônicos. O preço do cobre, por exemplo, atualmente está em cerca de $8.300 dólares por tonelada métrica, representando um aumento de 66% desde 2020, quando era de $5 mil dólares por tonelada métrica, conforme relatório da Digitimes Asia.
 

Em busca de alternativas para tentar driblar a alta dos preços, o consumidor brasileiro mudou os hábitos. O relatório da Admitad aponta que as compras via dispositivos móveis caíram de 31% para 25% no início de 2024, sinalizando que os consumidores estão refletindo mais antes de comprar. Além disso, o uso de serviços de cashback e de cupons na compra de eletrônicos subiu 10% e 9,3%, respectivamente.

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