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Expansão do superávit comercial em 2023 reflete momento favorável para o Brasil

De janeiro a abril de 2023, o saldo da balança comercial brasileira teve um salto em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento , Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgados na última terça-feira (2), a relação entre exportações e importações do país chegou a um superávit de US$ 24,069 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, contra US$ 20,4 bi em 2022.

O resultado do acumulado de 2023, reflete o momento favorável que a economia brasileira passa, puxado, principalmente, por uma combinação de demanda externa firme, preços elevados das commodities internacionais e perda de fôlego nas importações.

Ao que tudo indica, segundo especialista, o saldo até aqui pode ser interpretado como um presságio do que vem pela frente para a balança comercial do país.

“Vemos um aumento de quantum, com uma safra recorde de grãos, somado aos preços internacionais das commodities ainda em patamares elevados. Ao mesmo tempo, existe uma demanda externa consistente por produtos brasileiros, mesmo com a previsão de desaceleração em diversas economias do mundo, como Estados Unidos e União Europeia”.

“Ao mesmo tempo, o valor das importações tem diminuído, em linha com o crescimento mais moderado em vários setores no país, com destaque para a indústria da transformação. Quando a gente combina esses elementos, o resultado é um superávit da balança comercial bastante robusto, que deve se manter no decorrer de 2023. Não à toa, vemos que o acumulado do ano até agora é maior do que o observado no mesmo período de 2022”, ressalta.

De acordo com os dados do MDIC, o mês de abril teve um saldo positivo de US$ 8,22 bilhões alta de 5,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, fruto de US$ 27,365 bilhões em exportações contra US$ 19,140 bilhões em importações.

Entre os destaques, a soja, por exemplo, registrou US$ 7,74 bilhões em exportação, uma alta de 21% sobre abril do ano passado. “O desempenho da commodity só não foi maior por conta de um atraso na colheita”, reforçando a previsão de que o desempenho do setor do agronegócio será um dos pilares de sustentação da economia brasileira em meio à desaceleração prevista para 2023.

“Prevemos um ano muito favorável para o agro mais uma vez, que tem exportado cada vez mais, e ainda tem a dinâmica local de ganho de produtividade, com tecnologia em expansão ano após ano, áreas produtivas crescendo também em comparação ao ano passado, fora aqueles drivers externos que, em termos relativos, seguem favoráveis para o Brasil.”

Na outra ponta, a queda nos preços de fertilizantes, combustíveis e semicondutores em abril “reverteram a tendência de alta dos preços de importação que ocorreu no primeiro trimestre”.

Em relação às projeções, o Itaú estima um viés de alta para o superávit comercial, em US$ 60 bilhões. “Tanto as exportações quanto as importações devem seguir em patamar elevado nesse ano. Dado o melhor resultado da balança comercial, também devemos ter melhora nas contas externas, com menor déficit esperado na conta corrente este ano”.

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