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Crise e juro alto derrubam venda de imóveis na região

A crise econômica e a elevação da taxa de juros no país derrubaram as vendas de casas e apartamentos na região de Campinas. Segundo pesquisa divulgada, nesta segunda-feira, pelo Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) de São Paulo, a aquisição de imóveis caiu 11,24% em julho na comparação com o mês anterior. Como consequência, a locação de imóveis aumentou 22,12% no mesmo período.

Os números levam em consideração pesquisa com 113 imobiliárias e corretores da região de Campinas, incluindo as cidades de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Hortolândia.

Presidente do Creci-SP regional, José Augusto Viana Neto afirma que a queda nas vendas de casas e apartamentos está relacionadas às altas taxas de juros. “O número de pessoas que tem capacidade de comprovar renda para ter o financiamento aprovado é muito pequeno. Qualquer ponto percentual de aumento na taxa de juro tira da possibilidade de compra muita gente”, diz.

E a consequência, explica Viana, é o aumento das locações. “Se a pessoa não vende o imóvel, o jeito é alugar”. Segundo o presidente regional do Creci, mais de 90% das novas locações foram de imóveis devolvidos pelos locatários anteriores que não conseguiram pagar o aumento.

“E esses que devolveram, alugaram outro imóvel mais barato por isso o percentual de locação parece grande”, afirma, acrescentando que 32% dos imóveis foram alugados por até R$ 1.250 e 28% por até R$ 1 mil.

De acordo com Kelly Curciol Ferreira, proprietária da Lumes Gestão Imobiliária, em Americana, as vendas realmente perderam um pouca a força. Quanto à locação, o município sofre com pouca oferta, especialmente as casas residenciais.

“Sempre que entra uma casa para alugar em nossa carteira, estando em boa condição de uso, dificilmente demora mais que uma semana ou 10 dias para alugar. Já apartamentos estamos no movimento contrário. As incertezas no cenário político e a crise financeira que estamos vivendo faz com que muitas famílias dêem preferência para locação de casas, assim não precisam arcar com mais despesas como o condomínio”.

Camila Nascimento Nunes, da Imobiliária Urbes, também em Americana, afirma que as pessoas até têm interesse em financiar um imóvel, mas o desejo tem barrado na alta dos juros e na incerteza do mercado. “As locações, apesar de estáveis, foram melhores que as vendas”.

Em julho, a preferência dos compradores (61,76%) foi por imóveis na faixa de até R$ 500 mil. E o valor médio da locação foi de R$ 1.750.

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